quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Morte e nova vida

Para o cristão, a certeza da ressurreição pode amenizar a dor da partida.

"Que bom pensar que, com a morte, nem tudo se acaba!"
Por João Batista Nunes Coelho
A morte, comumente assusta. Será que porque não temos fé? Ou até os que têm fé se incomodam diante da morte? Está bem, pode estar pensando você, quem se incomoda com a morte é porque não tem fé. Talvez você tenha razão.

Passagem. Sabemos, desde cedo, que a morte é passagem. Contudo, esta certeza nem sempre nos livra das lágrimas diante do sono definitivo de uma pessoa querida. Livra? Nem sempre. Morrer é sempre algo que assusta.  Quem não quer remédio, tanto quanto possível, para evitar a dor, a morte? Todos ou quase todos. Todavia, existe quem enfrente a morte com serenidade. Por que razão? Por diferentes razões. Os cristãos vêem nela o passaporte para uma vida melhor. Foi o que já havia dito o quarto dos irmãos que morreram sequencialmente, em nome da fé, segundo relato bíblico do Livro dos Macabeus. Ele disse, após ser torturado e antes de receber o último golpe: "Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida"  (2Mc 7,14).

Vida nova. Sim, a morte nos coloca diante de Deus.  E aí? Descortina-se o momento de  recebermos o prêmio, se o merecemos, ou da definitiva distância dele. Por isso encorajava Paulo: O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança (2Ts 3,5). Ali começará uma vida totalmente nova.

Vida de ressuscitado. Vida sem bens materiais, sem apegos, sem casamento. Com relação a este último, foi o que respondeu Jesus quando alguns saduceus - integrantes de partido religioso do judaísmo que negavam crença na ressurreição dos mortos - lhe perguntaram sobre o casamento após a morte:  34 Jesus respondeu-lhes: "Neste mundo, homens e mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos; serão filhos de Deus, porque ressuscitaram  (Lc 20,34-36). Para Deus todos estão vivos. Importa a vida! Deus dos vivos. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele". (Lc 20,38).
Que bom pensar que, com a morte, nem tudo se acaba! Essa certeza já existia em Moisés. Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de "Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó" (Lc 20,37).

No entanto, a morte sacode as estruturas existenciais do ser humano. É uma despedida de alguém que se vai, para nunca mais voltar. Dói para os que ficam? Dói. Por outro lado, como diz uma oração católica, a certeza da imortalidade consola. Para o cristão, a certeza da ressurreição pode amenizar a dor da partida.  Esta eterna consolação e feliz esperança, confortem os vossos corações (2Ts 2,16-17), ensinava Paulo. Para você, conforta?

Que possamos enxergar a morte com esta visão cristã.
* Reflexão sobre as leituras do 32º domingo do tempo comum

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