quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Sentir a pobreza de Jesus


Por ocasião da festa de S. Francisco de Assis no dia 4 de outubro, S. Josemaria aconselhava a meditar sobre a virtude da pobreza. Dizia: “retirai as consequências práticas necessárias para a vossa vida pessoal”.

- Não ficas contente por sentir tão de perto a pobreza de Jesus?... Que bonito carecer até do necessário! Mas como Ele: oculta e silenciosamente.
Forja, 732

Dizes-me que desejas viver a santa pobreza, o desprendimento das coisas que usas. Pergunta a ti mesmo: tenho os afectos de Jesus e os seus sentimentos, em relação à pobreza e às riquezas? E aconselhei-te: - Além de descansares no teu Pai-Deus, com verdadeiro abandono de filho..., põe particularmente os olhos nessa virtude, para amá-la como Jesus. E assim, em vez de vê-la como uma cruz, considerá-la-ás como sinal de predilecção.
Forja, 888

- Meu Deus, vejo que não te aceitarei como meu Salvador, se não te reconhecer ao mesmo tempo como Modelo. Já que quiseste ser pobre, dá-me amor à Santa Pobreza. O meu propósito, com a tua ajuda, é viver e morrer pobre, ainda que tenha milhões à minha disposição.
Forja, 46

Sempre pobres. Como?
Basta escutar as palavras do Senhor: bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Se desejas alcançar esse espírito, aconselho-te a que sejas sóbrio contigo e muito generoso com os outros. Evita os gastos supérfluos por luxo, por capricho, por vaidade, por comodidade...; não cries necessidades. Numa palavra, aprende com S. Paulo a viver na pobreza e a viver na abundância, a ter fartura e a passar fome, a ter de sobra e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me conforta. E, como o Apóstolo, também sairemos vencedores da luta espiritual, se mantivermos o coração desapegado, livre de ataduras.
Amigos de Deus, 123

Não tens espírito de pobreza, se, podendo escolher de modo que a escolha passe inadvertida, não escolhes para ti o pior.
Caminho, 635

Desapega-te dos bens do mundo. - Ama e pratica a pobreza de espirito. Contenta-te com o que basta para passar a vida sóbria e temperadamente.
Caminho, 631

Não tens espírito de pobreza, se, podendo escolher de modo que a escolha passe inadvertida, não escolhes para ti o pior.
Forja, 524

Se és homem de Deus, põe em desprezar as riquezas o mesmo empenho que põem os homens do mundo em possuí-las.
Caminho, 633

Se estamos perto de Cristo e seguimos as suas pegadas, temos de amar com todo o coração a pobreza, o desprendimento dos bens terrenos, as privações.
Forja, 997

Pobreza é o verdadeiro desprendimento das coisas terrenas, é levar com alegria as incomodidades, se as há, ou a falta de meios.
Temas actuais, 111

“Ide e contai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem , os coxos andam, os leprosos ficaam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e o Evangelho aos pobres” (Mt., XI, 4–S): Meus filhos, escutastes o que o Senhor nos diz, as suas palavras comovem-me: amemos, pois, o desprendimento, amá-lo-emos com predileção, porque quando o espírito de pobreza abranda, é que toda a vida interior vai mal.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)


Nas situações difíceis
Copio este texto, porque pode dar luz à tua alma: "Encontro-me numa das situações económicas mais difíceis que atravessei. Não perco a paz. Tenho a certeza absoluta de que Deus, meu Pai, resolverá todo este problema de uma vez. Quero, Senhor, abandonar todos os meus cuidados nas tuas mãos generosas. A nossa Mãe - a tua Mãe! - a estas horas, como em Caná, já fez soar aos teus ouvidos: não têm!... Eu creio em Ti, espero em Ti, amo-Te, Jesus: para mim, nada; tudo para eles".
Forja, 807

Amo a tua Vontade. Amo a santa pobreza, minha grande senhora. E abomino, para sempre, tudo o que implicar mesmo de longe, falta de adesão à tua justíssima, amabilíssima e paternal Vontade.
Forja, 808

Só assim nos portaremos como senhores da Criação e evitaremos a triste escravidão em que tantos caem, porque esquecem a sua condição de filhos de Deus, preocupados com um amanhã ou um depois que talvez nem sequer cheguem a ver.
Não amas a pobreza se não amas o que a pobreza traz consigo.
Caminho, 637

Se vivêssemos mais confiados na Providência divina, seguros - com fé firme - desta protecção diária que nunca nos falta, quantas preocupações ou inquietações pouparíamos a nós próprios. Desapareceriam muitos desassossegos que, segundo palavras de Jesus, são próprios dos pagãos, dos homens do mundo, das pessoas que carecem de sentido sobrenatural. Quereria, em confidência de amigo, de sacerdote, de pai, trazer-vos à memória em cada circunstância, que nós, pela misericórdia de Deus, somos filhos desse Pai Nosso, todo-poderoso, que está nos Céus e, ao mesmo tempo, na intimidade dos nossos corações. Quereria gravar a fogo nas vossas mentes que temos todos os motivos para caminhar com optimismo nesta terra, com a alma bem desprendida dessas coisas que parecem imprescindíveis, pois bem sabe o vosso Pai que tendes necessidade delas. E Ele providenciará. Crede que só assim nos portaremos como senhores da Criação e evitaremos a triste escravidão em que tantos caem, porque esquecem a sua condição de filhos de Deus, preocupados com um amanhã ou um depois que talvez nem sequer cheguem a ver.
Amigos de Deus, 116


E os meios para viver e trabalhar?
Logicamente tens de empregar meios terrenos. Mas põe um empenho muito grande em estares desprendido de tudo o que for terreno, para manejá-lo pensando sempre no serviço de Deus e dos homens.
Forja, 728

Viver neste mundo com sentido realista, mas como peregrinos, que vão a caminho da morada eterna e, por consequência, devem encher-se de um grande desejo de viver totalmente desprendidos das coisas qua utilizam, trabalhando com retidão de intenção, sem um desejo desordenado de lucro, amando, como vindas das mãos de Deus, as incomodidades, as privações que se lhes depararem, preocupando-se por contribuir pessoalmente, com o seu trabalho, para remediar a indigência material e espiritual de tantas almas, abandonando no Senhor as suas preocupações.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)

Sacrifício: eis aí, em grande parte, a realidade da pobreza. Pobreza é saber prescindir do supérfluo, medido não tanto por regras teóricas como segundo essa voz interior que nos adverte de que se está infiltrando o egoísmo ou a comodidade desnecessária. Conforto, em sentido positivo, não é luxo nem voluptuosidade, mas tornar a vida agradável à própria família e aos outros, para que todos possam servir melhor a Deus.
Temas actuais,111

Atrevo-me a dizer que, quando as circunstâncias sociais parecem ter feito desaparecer de um ambiente a miséria, a pobreza ou a dor, precisamente então torna-se mais urgente esse ‘engenho’ da caridade cristã, que sabe adivinhar onde há necessidade consolo, no meio de um aparente bem-estar geral.
Tanta afeição às coisas da terra! - Bem cedo te fugirão das mãos, que não descem com o rico ao sepulcro as suas riquezas.
Caminho, 634


Perante a indigência, ternura eficaz
Atrevo-me a dizer que, quando as circunstâncias sociais parecem ter feito desaparecer de um ambiente a miséria, a pobreza ou a dor, precisamente então torna-se mais urgente esse ‘engenho’ da caridade cristã, que sabe adivinhar onde há necessidade consolo, no meio de um aparente bem-estar geral. A generalização da solidariedade social contra a praga do sofrimento ou da indigência – que tornam possível nos dias de hoje alcançar resultados humanitários que noutros nem sequer era possível imaginar -, não poderá suprir nunca, porque os apoios sociais se encontram noutro plano, a ternura eficaz (humana e sobrenatural) da proximidade pessoal, com um pobre de um bairro da zona, com um ou outro doente que vive a sua dor num hospital de grande dimensão, ou com aquela pessoa (rica talvez), que necessita de uma conversa afetuosa, de uma amizade cristã para a sua solidão, um amparo espiritual que dê remédio às suas dúvidas e ceticismos.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)

Pelo "caminho do justo descontentamento" têm ido e estão a ir-se embora as massas. Dói... Quantos ressentidos temos fabricado entre os que estão espiritual ou materialmente necessitados! É preciso voltar a meter Cristo entre os pobres e entre os humildes: precisamente entre esses é que Ele se sente melhor.
Sulco, 228

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