quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Papa poderá abordar ecologia em nova encíclica



Segundo pessoas próximas, o papa vai abordar questões ambientais, como a água, em sua próxima encíclica. (Foto: Arquivo)
Por Andrés Beltrano Álvarez
A próxima carta encíclica de Francisco não será dedicada apenas ao tema da pobreza, também incluirá uma forte mensagem em defesa do meio ambiente. Ainda que o projeto esteja em início e sua publicação não seja iminente, o papa já formou um grupo de especialistas com um mandato concreto: preparar sua mensagem ecológica.

Nos últimos dias, Jorge Mario Bergoglio conversou sobre a iniciativa com três diferentes pessoas. Primeiro, para seu amigo Gustavo Vera, deputado argentino e ativista na luta contra o tráfico de pessoas. Os dois almoçaram juntos na residência vaticana do papa, a Casa de Santa Marta, no dia 3 de novembro (domingo).
O mesmo disse para a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, durante uma audiência particular, na última quinta-feira (8). "Não me estranharia que esse tema ocupe um importante lugar em uma próxima encíclica", sugeriu a mandatária aos jornalistas.
O pontífice foi mais explícito com o senador eleito argentino, Pino Solanas, a quem recebeu nessa segunda-feira (11), durante uma audiência particular em Santa Marta. O encontro durou quase uma hora e, no mesmo, o representante do movimento político "Projeto Sul" expressou-lhe sua preocupação pela impunidade com a qual se prejudica a natureza.
"Ele foi muito sensível, disse-me que está preparando uma encíclica sobre este tema, está sendo trabalhoso porque formou uma equipe para poder redigi-la, por isso, suas declarações estão demorando, embora em setembro já tenha falado sobre a mineração. Adiantou-me que irá fazer uma contribuição importante", disse Solanas em entrevista ao Vatican Insider.
Sustentou que já havia tratado a respeito do tema da ecologia com o papa, desde o mês de junho passado, quando lhe escreveu uma carta e enviou um relatório.
Afirmou que pediu o apoio de Jorge Mario Bergoglio para a tentativa de tipificação dos crimes ambientais e para a proposta de formação – algum dia – do Tribunal Internacional Penal para julgar os crimes ambientais, que qualificou como crimes de lesa-humanidade, porque as consequências dos mesmos são pagas por populações inteiras.

E denunciou que isso acontece, quase sempre, com complacência dos governos, porque não há controle público algum.

"Está (o Papa) muito interessado, sobretudo no tema da água. Disse-me: não seria de estranhar que a próxima guerra seja pela água. E recordou o desastre pelo qual a África está sendo submetida. Eu o vi muito preocupado com a máquina do lucro e do dinheiro, porque por trás do lucro, arrasa-se tudo", relatou.

Solanas recordou que cuidar do meio ambiente tem um custo muito alto, que as empresas transnacionais não querem pagar e, por isso, nenhuma dessas fábricas trabalha com seguros ambientais, apesar de a lei exigir.

Ele considerou que o papa pode ser um bom aliado no momento de sensibilizar sobre os perigos do meio ambiente, já que pesquisas importantes da América Latina e Europa situam o papa Francisco entre as quatro personalidades mais importantes do ano, como uma liderança de opinião.
Vatican Insider, 12-11-2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário