quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Trabalhar para viver

Então podemos exigir que todo mundo trabalhe?

Ofereço oportunidade de trabalho para quem quer ganhar o pão ou simplesmente nego o pão?
Por João Batista Nunes Coelho
É tema sempre atual. Será que temos obrigação de sustentar mendigos que não querem trabalhar embora possam? É um questionamento comum, especialmente a pessoas que batalham para ganhar o pão de cada dia e são surpreendidas por pedintes.

Necessitados? O apóstolo se deparou com esta realidade. O que ensinou sobre isto? “Quando estávamos convosco, nós vos dizíamos formalmente: Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer.11 Entretanto, soubemos que entre vós há alguns desordeiros, vadios, que só se preocupam em intrometer-se em assuntos alheios.12 A esses indivíduos, ordenamos e exortamos a que se dediquem tranquilamente ao trabalho para merecerem ganhar o que comer” (2Ts 3,10-12). Que atualidade este contexto! Enquanto vivemos neste mundo, nossa missão é trabalhar para nosso sustento e sustento de quantos de boa vontade pudermos ajudar.

Peso. É preciso não sermos pesados, se podemos não sê-lo. "Não temos vivido entre vós desregradamente,8 nem temos comido de graça o pão de ninguém. Mas, com trabalho e fadiga, labutamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós" (2Ts 3,7-8). Trabalhar para viver. E viver para o trabalho, vale? Não vale. Mas é o que muitos fazem hoje. É perigoso viver só pensando em trabalho, em conquistar, esquecendo-se de cultivar a vida espiritual. Pode-se cair no vazio. É um perigo. Precisamos, além de batalhar, também ter fé e sermos constantes nela. 19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação  (Lc 21,19). Essa dedicação também ao lado espiritual da vida, pode não ser compreendida pelos que nos cercam.

Chacotas. Se podemos até não sermos odiados, como acontece em certos países, podemos sofrer discriminação, chacota. Quem nunca ouviu alguma piadinha sem graça, em relação aos que se dedicam à fé cristã? Não é raro, isso. Num mundo materialista como o nosso é difícil dar testemunho de fé. Quantos de nós damos? Quantos se acovardam por causa da pressão social? “Sereis odiados por todos por causa do meu nome” (Lc 21,17). Contudo  o Senhor nos garante: não se perderá um só cabelo da vossa cabeça  (L 21,18). Não obstante as tribulações do mundo materializado, consumista, regido pelo prazer, é preciso adorar a Deus.

Reverenciar. Não importa o que os outros deixem de fazer. Aqueles que vivem apenas para este mundo, para o prazer, para conquistas materiais, parece que vivem melhor. Você nunca achou isso? Pode parecer. E os que reverenciam o Senhor, vão continuar no final da fila, sofrendo? Para os que reverenciam o Senhor, está reservada melhor sorte: “Sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios. Saireis e saltareis, livres como os bezerros ao saírem do estábulo”  (Ml 3,20). Deus proporciona alegrias. E sabe de onde vêm as grandes alegrias? Da doação, da generosidade. Certamente recompensará por ajudarmos aqueles que querem oportunidade de trabalhar, de vencerem na vida. A constância na fé e a dedicação ao trabalho, são caminhos que nos conduzem  a Deus. “É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação” (Lc 21,19).

Esmola. Caminha com a oração. Reverenciando ao Senhor, certamente saberemos distinguir aqueles que precisam de ajuda embora labutem para não serem pesados aos outros, e aqueles que se acomodam na vadiagem. Possivelmente a esmola dada até a estes últimos, tenha seu valor diante de Deus. Quem somos nós para julgar! Contudo, estes e todos nós, não podemos esquecer a exortação paulina: “Entretanto, soubemos que entre vós há alguns desordeiros, vadios, que só se preocupam em intrometer-se em assuntos alheios.12. A esses indivíduos ordenamos e exortamos a que se dediquem tranquilamente ao trabalho para merecerem ganhar o que comer” (2Ts 3,10-12).

Então podemos exigir que todo mundo trabalhe? Talvez, mas um instante: também é verdade que é pelo socorro ao próximo - e Jesus não colocou distinção se ele é vadio ou não - que seremos julgados. Veja só:: 38Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? 39 Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ 40 Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ (Mt 25). Embaralhou tudo, não?  É possível, para alguns. No entanto, o Mestre está aí para iluminar nosso discernimento.

Que o Ele nos ensine a trabalhar e a praticar a caridade!

EU DIANTE DA PALAVRA

Trabalhar


“10 Aliás, quando estávamos convosco, nós vos dizíamos formalmente: Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer.11. Entretanto, soubemos que entre vós há alguns desordeiros, vadios, que só se preocupam em intrometer-se em assuntos alheios.12. A esses indivíduos ordenamos e exortamos a que se dediquem tranqüilamente ao trabalho para merecerem ganhar o que comer” (2Ts 3,10-12).

Ofereço oportunidade de trabalho para quem quer ganhar o pão ou simplesmente nego o pão?

Constância

“18 Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.

19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação” (Lc 21,19).

Desanimo facilmente?

Odiados por causa da fé

“17 Sereis odiados por todos por causa do meu nome” (Lc 21,17).

Evito manifestar claramente que creio?

Os reverenciadores de Deus sobreviverão

“20 Mas, sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios. Saireis e saltareis, livres como os bezerros ao saírem do estábulo”  (Ml 3,20).

Meu modo de vida demonstra minha reverência a Deus?

MINHA PRECE

Ó Deus, guardai-me sob vossa proteção
Para eu ser constante na fé.
Que as tribulações do dia a dia não me afaste de vós.
A constância me conduza.
Através dela ganharei a salvação.
Que o sol da justiça brilhe sobre mim,
E eu sempre reverencie o vosso nome.
Assim seja.
* Reflexão sobre as leituras do 33º domingo do tempo comum.

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