segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

'Vivamos oTempo do Advento como tempo de reflexão e oração'


Frederico Westphalen - Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da Diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, escreveu um artigo com o título: "Advento: estar preparado para a vinda do Senhor". Em sua reflexão, o prelado afirma que chegou a hora de nos levantarmos do sono e vigiarmos para estarmos preparados com a resposta da Fé no encontro com o Senhor que vem.

De acordo com o Bispo, o Advento é o acolhimento de uma vinda de Deus à terra há 2 mil anos, uma vinda às nossas vidas, no nosso dia a dia, e uma vinda no fim dos tempos: tanto o tempo da última vinda de Cristo no fim do mundo para o Juízo final, como o tempo decisivo da nossa morte.

Ele ainda ressalta que com o tempo litúrgico que agora começa, aviva-se o desejo de que o Senhor venha, e o desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração humano, porque fomos criados por Deus e para Deus.

Dom Antônio então questiona: O desejo insaciável de felicidade que todos nós sentimos, que é isso senão o desejo de Deus? Para o prelado, a felicidade consiste na posse do bem, mas os bens de que gozamos nesta vida nunca satisfazem plenamente o coração humano.

"Todos aspiramos a um bem supremo, sem qualquer limitação. Ora, esse bem é Deus, de quem procedem todos os bens. Se não existisse esse bem supremo, capaz de satisfazer as aspirações humanas mais profundas, o ser humano seria um ser sem sentido, um absurdo e uma contradição, uma paixão inútil, um ser votado ao fracasso", completa.

Segundo Dom Antônio, é assim que todo o ser humano é um ser naturalmente religioso, pois aspira à união com Deus. Ele explica que na grande diversidade das culturas, através de todos os tempos e lugares, é comum a todas elas a reflexão sobre Deus e sobre os temas centrais da existência humana: a vida e a morte, o bem e o mal, o destino último e o sentido de todas as coisas.
Como dizia o Beato João Paulo II na ONU, em em 5 de outubro de 1995: "O coração de cada cultura está constituído pela sua aproximação ao maior dos mistérios: o mistério de Deus".
O bispo afirma que foi assim que, ao longo dos séculos, surgiram as diversas religiões, numa busca de Deus às apalpadelas, com acertos e desacertos. "Sempre, mas sobretudo nas condições históricas em que vivemos, experimentam-se muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus apenas com as luzes da razão, dado que: o que diz respeito a Deus ultrapassa o que se vê e o que se sente. Crer em Deus exige que nos demos a Ele e que renunciemos a nós próprios."
Para o prelado, os maus desejos nascidos do pecado original puxam-nos para baixo. Nesse sentido, ele cita uma frase de Pio XII: "Os homens facilmente se convencem da falsidade ou, pelo menos, da incerteza daquelas coisas que não desejariam que fossem verdadeiras".
Dom Antônio acredita que é assim que a ligação do homem com Deus pode chegar a ser esquecida, desconhecida, e até rejeitada por diversas razões, como o mau exemplo daqueles que creem e sobretudo a difusão de ideologias contrárias à religião, que umas vezes levam ao ateísmo, outras vezes ao agnosticismo, ao laicismo, ou ao indiferentismo religioso.
Por fim, o Bispo salienta que o argumento, que mais vezes se apresenta para justificar estas atitudes de pôr de parte a Deus, é a revolta contra o mal e a injustiça que há no mundo. Mas, conforme Dom Antônio, se refletirmos, compreendemos que a existência do mal, na verdade, exige que haja alguém superior que venha a fazer justiça.
Como diz o papa Bento XVI na sua 2ª encíclica, Spe Salvi: "O protesto contra Deus em nome da justiça não basta. Um mundo sem Deus é um mundo sem esperança. (...) Se diante do sofrimento deste mundo o protesto contra Deus é compreensível, a pretensão de a humanidade poder e dever fazer aquilo que nenhum Deus faz e nem é capaz de fazer, é presunçosa e intrinsecamente não verdadeira.
Não é por acaso que dessa premissa tenham resultado as maiores crueldades e violações da justiça, mas funda-se na falsidade intrínseca desta pretensão". O Bispo conclui fazendo um convite: vivamos este Tempo do Advento como um tempo de reflexão e de oração.
SIR

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