domingo, 23 de março de 2014

Liturgia Diária

Dia 23 de Março - Domingo

III DOMINGO DA QUARESMA
(Roxo, Creio – III Semana do Saltério)

Antífona da entrada: Tenho os olhos sempre fitos no Senhor, porque livra os meus pés da armadilha. Olhai para mim, tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz (Sl 24,15s).
Oração do dia
Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Êxodo 17,3-7)
Leitura do livro do Êxodo.
Naqueles dias, 17 3 entretanto, o povo que ali estava privado de água e devorado pela sede, murmurava contra Moisés: “Por que nos fizeste sair do Egito? Para nos fazer morrer de sede com nossos filhinhos e nossos rebanhos?”
4 Então dirigiu Moisés esta prece ao Senhor: “Que farei a este povo? Mais um pouco e irão apedrejar-me.”
5 O Senhor respondeu a Moisés: “Passa adiante do povo, e leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na mão tua vara, com que feriste o Nilo, e vai.
6 Eis que estarei ali diante de ti, sobre o rochedo do monte Horeb ferirás o rochedo e a água jorrará dele: assim o povo poderá beber.” Isso fez Moisés em presença dos anciãos de Israel.
7 Chamaram esse lugar Massá e Meribá, por causa da contenda que os israelitas tiveram com ele, e porque tinham provocado o Senhor, dizendo: “O Senhor está ou não no meio de nós?”
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 94/95
Não fecheis o vosso coração,
Mas ouvi a voz do Senhor.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores
e, com cantos de alegria, o celebremos!

Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
“Não fecheis os corações como em Meriba,
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras”.
Leitura (Romanos 5,1-2.5-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Romanos.
Irmãos, 5 1 justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
2 Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus.
5 E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios.
7 Em rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer.
8 Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
Palavra do Senhor.
Evangelho (João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42)
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Na verdade, sois, Senhor, o salvador do mundo. Senhor, dai-me água viva a fim de eu não ter sede! (Jo 4,42.15).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus 4 5 chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6 Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia.
7 Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: "Dá-me de beber".
8 (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.)
9 Aquela samaritana lhe disse: "Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana?" (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)
10 Respondeu-lhe Jesus: "Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: ´Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva´".
11 A mulher lhe replicou: "Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva?
12 És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?"
13 Respondeu-lhe Jesus: "Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede,
14 mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna".
15 A mulher suplicou: "Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!"
16 Disse-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e volta cá".
17 A mulher respondeu: "Não tenho marido". Disse Jesus: "Tens razão em dizer que não tens marido.
18 Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade".
19 "Senhor", disse-lhe a mulher, "vejo que és profeta!
20 Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar".
21 Jesus respondeu: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém.
22 Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.
24 Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade".
25 Respondeu a mulher: "Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, ele nos fará conhecer todas as coisas".
26 Disse-lhe Jesus: "Sou eu, quem fala contigo".
27 Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: "Que perguntas?" Ou: "Que falas com ela?"
28 A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29 "Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?"
30 Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus.
31 Entretanto, os discípulos lhe pediam: "Mestre, come".
32 Mas ele lhes disse: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis".
33 Os discípulos perguntavam uns aos outros: "Alguém lhe teria trazido de comer?"
34 Disse-lhes Jesus: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra.
35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa.
36 O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão.
37 Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa. 38 Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos".
39 Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: "Ele me disse tudo quanto tenho feito".
40 Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias.
41 Ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras.
42 E diziam à mulher: "Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O DOM DE DEUS
Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois grupos.
O comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse. A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação de buscar água, naquele poço tão profundo. Assim, quando Jesus falou de uma água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando conhecê-la muito mais do que ela pensava. O Mestre manifestou seu interesse por aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
Assim que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da mulher.

Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus de bondade, concedei-nos, por este sacrifício, que, pedindo perdão de nossos pecados, saibamos perdoar a nossos semelhantes. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Naquele que beber da água que eu darei, diz o Senhor, brotará uma fonte que jorra para a vida eterna (Jo 4,13).
Depois da comunhão
Ó Deus, tendo recebido o penhor do vosso mistério celeste, e já saciados na terra com o pão do céu, nós vos pedimos a graça de manifestar em nossa vida o que o sacramento realizou em nós. Por Cristo, nosso Senhor.

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