segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dom Henrique Soares da Costa sobre o “Templo de Salomão”.



Por Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares – Só para esclarecer aos católicos, a respeito desse “templo de Salomão” inaugurado em São Paulo, mais uma farsa religiosa do nosso tempo e mais uma punhalada no cristianismo, já tão deturpado pelas seitas…
1. Não existe nem poderá existir “Templo de Salomão” algum desde 587 aC, quando o Templo do Senhor, construído pelo Rei Salomão, foi incendiado pelos babilônios. Este era o chamado Primeiro Templo dos judeus.
2. Nem mesmo no tempo de Jesus havia um “Templo de Salomão”. Havia sim, o Segundo Templo, construído pelos judeus que voltaram do Exílio de Babilônia entre 537-515 aC. Foi nesse Templo, reformado, ampliado e embelezado por Herodes Magno, que Jesus nosso Senhor pregou. Foi sobre esse Templo que Ele afirmou tratar-se de uma imagem Dele próprio, morto e ressuscitado: “Destruí este Templo e em três dias Eu o edificarei!”.
3. O Templo de Salomão em si não tem significado algum para o cristianismo. Também não pode ser reconstruído, pois já não seria o Templo “de Salomão”, mas de outra qualquer pessoa! O que se construiu em São Paulo foi um “Edifício do Edir Macedo”, nem mais nem menos…
4. Quanto ao Templo dos judeus, somente pode ser construído sobre o Monte do Templo, chamado Monte Moriá, em Jerusalém. Os judeus nunca reconstruíram o seu Templo por isso: porque ali já estão erguidas duas mesquitas muçulmanas…
5. Os cristãos jamais poderão ou deverão reconstruir Templo judaico algum! Isto é negar Nosso Senhor Jesus Cristo, é voltar ao Antigo Testamento! O Segundo Templo era imagem do Corpo do Senhor. Ele mesmo o declarou. Aqui coloco de modo explicado o que Jesus quis dizer: “Vós estais destruindo este Templo! Podeis destruí-lo; ele já cumpriu sua função de figura, de lugar de encontro de Deus com os homens! O verdadeiro Templo é Meu corpo imolado e ressuscitado! Vós destruireis o Meu corpo como estais destruindo este Templo! Mas, dentro de três dias Eu o ressuscitarei, edificando o verdadeiro Templo, lugar de encontro entre Deus e o homem: o Meu corpo, que é a Igreja!”
6. Arca, sacrifícios antigos, utensílios do antigo Templo, já não têm sentido algum no cristianismo. Mais ainda: não passam de pura e vazia falsificação que ofendem a resta consciência cristã e desrespeitam os judeus, imitando de modo grosseiro e falseando de modo superficial o real significado dos seus símbolos religiosos.
Conclusão: É uma pena ver como o charlatanismo, a ignorância, o grotesco prosperam em certas expressões heterodoxas de cristianismo… E tudo por conta do tripudio sobre a ignorância e falta de bom senso de toda uma população insensata. Só isto.

Chancelaria: Decreto de atualização dos limites entre paróquias de Boa Viagem e Prazeres

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Decreto de suspensão do uso das Ordens Sagradas pelo Padre Paulo César Costa, MSF

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Em tempos de violência, é possível optar pela paz


Cabe a nós o discernimento e a prática de atividades eivadas de uma profunda reflexão sobre os rumos da sociedade.
Ao tratar o tema da paz/violência, o ser humano se defronta com o mais profundo de si mesmo. Defronta-se com forças obscuras, instintivas que o processo de humanização foi domesticando, domando. Tema que a psicanálise e a antropologia desenvolveram e que a filosofia de Nietzsche sistematizou. O preço pago pela civilização foi a repressão das forças biológicas primárias: a luta pelo alimento e pelo parceiro sexual e a imposição violenta sobre o mais fraco. A civilização, fruto da repressão, dependia desta para se manter.

Do ponto de vista político, Engels via na violência “a parteira da história”, a força que move as relações sociais marcadas pelo conflito de interesses. Visão frequentemente associada à de Marx, que, entretanto, segundo algumas hermenêuticas não defendia a violência como arma política (nem todos interpretam assim). Porém, quem pensou assim com certeza foi a nova esquerda dos anos 60 e 70, fortemente influenciada pelo pensamento de Mao-Tse-Tung, que vinculava poder e violência. Para ele, o poder estava “no cano de uma arma”.

Uma defesa apaixonada da violência como arma política revolucionária foi feita por Sartre no prefácio do livro-manifesto: Os condenados da terra, de Frantz Fanon. Originário da ilha de Martinica, Fanon formou-se médico em Paris e testemunhou a violência colonialista na Argélia. A violência do colonizador tornava “bela” a violência heroica do colonizado. No prefácio do livro, Sartre diz: Essa violência irreprimível, ele (Fanon) o demonstra cabalmente, não é uma tempestade absurda nem a ressurreição dos instintos selvagens e nem mesmo um efeito do ressentimento: é o próprio homem que se recompõe.

Era uma apologia da violência, que ia além da simples análise política, fazendo dela a expressão da humanidade do ser humano, o qual afirma sua dignidade e liberdade no enfrentamento com o opressor. Era a voz do colonizado argelino que, em nome dos próprios ideais (na realidade, ideologia) do colonizador se opunha a ele. Não percamos tempo com litanias estéreis ou mimetismos nauseabundos. Deixemos essa Europa que não cessa de falar do homem enquanto o massacra por toda a parte onde o encontra, em todas as esquinas de suas próprias ruas, em todas as esquinas do mundo. Há séculos… que em nome de uma suposta aventura espiritual vem asfixiando a quase totalidade da humanidade.

É uma linguagem passional, explosiva, panfletária, expressão do clima emocional dos franceses na guerra colonial argelina. A seu modo, Fanon expressava um pensamento substitutivo à visão puramente moralista que justificava (ou não) a violência em nome de um homem abstrato, idealizado. Agora contava o homem real, concreto, situado, relacionado com a natureza e com os outros pelo trabalho. Relações que se fundavam na exploração do homem pelo homem e o impediam de ser ele mesmo. A violência “constituía” esse mundo. Dessa forma, a violência dos oprimidos era, na realidade, uma contra violência. A guerra do Vietnã exacerbou ao máximo esse “sentimento”: era a luta de Davi contra Golias.

Com a mudança das condições sociais, essa violência “costumeira” cedeu lugar a uma violência inovadora que se manifestou, por exemplo, na Guerra do Contestado. A violência se inseria num quadro em que os desiguais se tratavam como pessoas, num gênero de vida que não contemplava o controle direto dos subordinados. Dominadores e dominados eram vistos como iguais dentro de um mundo homogêneo e indiferenciado.

A violência mais óbvia e, ao mesmo tempo, a mais escondida é a cotidiana. Falar de violência urbana é quase redundância, uma vez que, nos centros urbanos, o medo é a sensação dominante. Há a violência manifesta, visível — assalto, roubo, agressão, ofensas, palavras e gestos obscenos no trânsito… —, mas também há a invisível, insidiosa, perversa, que se expressa na necessidade de se proteger, que torna o “confiar no outro” num risco. A desconfiança com relação ao policial, ao vendedor, ao produto é uma forma “necessária” de se resguardar. Quando o vigia pode ser apenas informante, quando o policial pode ser o braço invisível do criminoso, o que se tem é um quadro de destruição do tecido social.

No interior de uma descrença generalizada nas instituições, o “quem pode mais” e o “cada um por si” tornam-se leis. A vida social tende a reduzir-se à formação de pequenos grupos aos quais se adere por interesses comuns. Às vezes eles mesmos violentos: as gangues, os pitboys, as torcidas organizadas, os skinheads. A xenofobia — ódio ao outro, ao diferente (étnico, sexual, cultural) — vai além do simples preconceito discriminatório passivo. No limite, leva à eliminação física, como o assassinato de homossexuais. É a violência oculta no desemprego que faz o sem-trabalho sentir-se inútil, “ninguém”, até mesmo para os próprios familiares. É interessante notar que o vocabulário ligado ao trabalho, no capitalismo, tem conotação “violenta”: de exploração passa a direito; de direito, a privilégio.

Uma espécie de “cultura da informalidade” produz a sensação de se viver em meio a forças clandestinas e incontroláveis, à ameaça de um mundo à margem: a falsificação, o trabalho informal, a lavagem de dinheiro, o terrorismo, o tráfico de drogas, de órgãos, os paraísos fiscais… constituem uma “sociedade” dentro da sociedade. O crime organizado torna-se forma “necessária” de sobrevivência; o traficante pode aparecer como o protetor indispensável, o “assistente dos desvalidos” para as populações marginalizadas; a guerrilha política e o narcotráfico trocam favores entre si em certos países.

Em um mundo religioso fluido, a busca de identidade torna-se crucial. Pluralismo religioso implica conflito. Afloram percepções e vivências contraditórias do fenômeno: a sensação de liberdade — escolher a própria crença — soma-se à necessidade de certezas. A “era do relativo” suscita inquietações e resistências. Põe em questão identidades até aqui aparentemente estáveis, confiáveis, reconhecidas, garantidas por instituições religiosas ou não. E estas estão em crise, com muita dificuldade para dizer a verdade — e, quando o fazem, são ouvidas como portadoras de uma opinião entre outras. Apresentar-se como “a verdade” deslegitima mais do que qualifica uma instituição.

Eis as questões que nos são colocadas como pano de fundo de nosso caminhar nos tempos atuais. Cabe a nós o discernimento e a prática de atividades eivadas de uma profunda reflexão sobre os rumos da sociedade. Um tempo que nos questiona e que exige de todos uma resposta da qual não nos podemos eximir. Isso poderá direcionar o nosso futuro.
CNBB, 15-08-2014.
*Dom Orani João Tempesta é cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro.

Liturgia Diária

DIA 18 DE AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA

XX SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Ó Deus, nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10s).
Oração do dia
Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superem todo desejo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Ezequiel 24,15-24)
Leitura da profecia de Ezequiel.
24 15 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
16 “Filho do homem, vou levar subitamente de ti aquela que faz a delícia de teus olhos. Tu, porém, não darás gemido algum de dor, não chorarás, não deixarás tuas lágrimas correrem.
17 Suspira em silêncio, não celebres o luto habitual dos mortos; conserva o teu turbante na cabeça, põe o calçado nos pés, não cubras a tua barba, não comas o pão das gentes”.
18 De manhã, eu me dirigi ao povo; à tarde, minha mulher morreu. No dia seguinte, fiz o que fora prescrito.
19 Disse-me o povo: “Não irás explicar-nos o que significa esse teu modo de proceder?”
20 Respondi: “A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
21 Faze esse discurso aos israelitas: eis o que diz o Senhor Javé: vou profanar o meu santuário, o orgulho de vosso poderio, a alegria de vossos olhos, o objeto do vosso amor; vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, vão cair sob a espada.
22 Fareis então como acabo de fazer; não cobrireis a vossa barba, não comereis o pão das gentes;
23 conservareis os vossos turbantes na cabeça, e trareis os pés calçados; não poreis luto e não chorareis. Entretanto, definhareis por causa das vossas iniqüidades e gemereis uns com os outros.
24 O que Ezequiel está fazendo será para vós um sinal. Quando isso acontecer, fareis exatamente do mesmo modo como ele fez, e sabereis que sou eu o Senhor Javé”.
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial Dt 32
Esqueceram o Deus que os gerou. 

Da rocha que te deu á luz, te esqueceste,
do Deus que te gerou, não te lembraste.
Vendo isso, o Senhor os desprezou,
aborrecido com seus filhos e suas filhas.

E disse: “Esconderei deles meu rosto,
e verei, então, o fim que eles terão,
pois tornaram-se um povo pervertido,
são filhos que não têm fidelidade.

Com deuses falsos provocaram minha ira,
com ídolos vazios me irritaram;
vou provocá-los por aqueles que nem são um povo,
através de gente louca hei de irritá-los”.
 
Evangelho (Mateus 19,16-22)
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
19 16 Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus:
17 “Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”.
18 “Quais?”, perguntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
19 honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”.
20 Disse-lhe o jovem: “Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?”
21 Respondeu Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”
22 Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
FALTA-TE ALGO!
O apego exagerado aos bens materiais é um terrível empecilho para o seguimento de Jesus. A dinâmica deste seguimento vai exigindo rupturas sempre mais radicais. Quem não está livre para fazê-las, ficará na metade do caminho.
Na piedade judaica tradicional, a observância dos mandamentos da Lei mosaica era o primeiro passo a ser dado pelo fiel. Muitos se contentavam com este primeiro passo. Outros, como era o caso de uma tendência do farisaísmo, reduzia a observância do Decálogo a pura exterioridade. Os mestres da Lei, por sua vez, detinham-se em interpretações minuciosas dos mandamentos, complicando ainda mais a observância deles.
O mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino e herdeiro da vida eterna.
Jesus desafiou um jovem a desfazer-se de tudo quanto possuía, distribuindo seus bens entre os pobres, para fazer-se discípulo do Reino e tornar-se herdeiro da vida eterna. O rapaz, que havia sido fiel em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para fazer o que lhe faltava. O apego aos seus bens impediu-o de aceitar a sugestão de Jesus. E foi-se embora todo perturbado! Quem talvez esperasse um elogio acabou desiludido por ter sido incapaz de optar pela liberdade radical.

Oração
Senhor Jesus, que eu não me apegue aos bens deste mundo, para ser livre de acolher tua sugestão: dar um passo mais e seguir-te como discípulo.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

 
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, estas nossas oferendas, pelas quais entramos em comunhão convosco, oferecendo-vos o que nos destes e recebendo-vos em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: No Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção (Sl 129,7).
Depois da comunhão
Unidos a Cristo por este sacramento, nós vos imploramos, ó Deus, que, assemelhando-nos a ele aqui na terra, participemos no céu da sua glória. Por Cristo, nosso Senhor.

Evangelho do Dia

Ano A - 18 de agosto de 2014

Mateus 19,16-22

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
19 16 Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus:
17 “Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”.
18 “Quais?”, perguntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
19 honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”.
20 Disse-lhe o jovem: “Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?”
21 Respondeu Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”
22 Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
FALTA-TE ALGO!
O apego exagerado aos bens materiais é um terrível empecilho para o seguimento de Jesus. A dinâmica deste seguimento vai exigindo rupturas sempre mais radicais. Quem não está livre para fazê-las, ficará na metade do caminho.
Na piedade judaica tradicional, a observância dos mandamentos da Lei mosaica era o primeiro passo a ser dado pelo fiel. Muitos se contentavam com este primeiro passo. Outros, como era o caso de uma tendência do farisaísmo, reduzia a observância do Decálogo a pura exterioridade. Os mestres da Lei, por sua vez, detinham-se em interpretações minuciosas dos mandamentos, complicando ainda mais a observância deles.
O mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino e herdeiro da vida eterna.
Jesus desafiou um jovem a desfazer-se de tudo quanto possuía, distribuindo seus bens entre os pobres, para fazer-se discípulo do Reino e tornar-se herdeiro da vida eterna. O rapaz, que havia sido fiel em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para fazer o que lhe faltava. O apego aos seus bens impediu-o de aceitar a sugestão de Jesus. E foi-se embora todo perturbado! Quem talvez esperasse um elogio acabou desiludido por ter sido incapaz de optar pela liberdade radical.

Oração
Senhor Jesus, que eu não me apegue aos bens deste mundo, para ser livre de acolher tua sugestão: dar um passo mais e seguir-te como discípulo.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

 
Leitura
Ezequiel 24,15-24
Leitura da profecia de Ezequiel.
24 15 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
16 “Filho do homem, vou levar subitamente de ti aquela que faz a delícia de teus olhos. Tu, porém, não darás gemido algum de dor, não chorarás, não deixarás tuas lágrimas correrem.
17 Suspira em silêncio, não celebres o luto habitual dos mortos; conserva o teu turbante na cabeça, põe o calçado nos pés, não cubras a tua barba, não comas o pão das gentes”.
18 De manhã, eu me dirigi ao povo; à tarde, minha mulher morreu. No dia seguinte, fiz o que fora prescrito.
19 Disse-me o povo: “Não irás explicar-nos o que significa esse teu modo de proceder?”
20 Respondi: “A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
21 Faze esse discurso aos israelitas: eis o que diz o Senhor Javé: vou profanar o meu santuário, o orgulho de vosso poderio, a alegria de vossos olhos, o objeto do vosso amor; vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, vão cair sob a espada.
22 Fareis então como acabo de fazer; não cobrireis a vossa barba, não comereis o pão das gentes;
23 conservareis os vossos turbantes na cabeça, e trareis os pés calçados; não poreis luto e não chorareis. Entretanto, definhareis por causa das vossas iniqüidades e gemereis uns com os outros.
24 O que Ezequiel está fazendo será para vós um sinal. Quando isso acontecer, fareis exatamente do mesmo modo como ele fez, e sabereis que sou eu o Senhor Javé”.
Palavra do Senhor.
 
Salmo Dt 32
Esqueceram o Deus que os gerou. 

Da rocha que te deu á luz, te esqueceste,
do Deus que te gerou, não te lembraste.
Vendo isso, o Senhor os desprezou,
aborrecido com seus filhos e suas filhas.

E disse: “Esconderei deles meu rosto,
e verei, então, o fim que eles terão,
pois tornaram-se um povo pervertido,
são filhos que não têm fidelidade.

Com deuses falsos provocaram minha ira,
com ídolos vazios me irritaram;
vou provocá-los por aqueles que nem são um povo,
através de gente louca hei de irritá-los”.
 
Oração
Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas, que superem todo desejo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Papa alerta para tentações que atingem cristãos


Na Ásia, Francisco alerta para os perigos do relativismo, da superficialidade e da fé concentrada em si mesmo.
Seul, Coreia - O papa Francisco alertou nesse domingo (17), perante 68 bispos de 35 países asiáticos, para três "tentações" que o espírito do mundo introduz na identidade cristã: Relativismo, superficialidade e uma fé concentrada em si mesmo. Na Ásia, vive 60% da população mundial. É um continente jovem e por ele passa o futuro do mundo e também da Igreja, que, apesar de minoritária, está a crescer.

Neste contexto, o diálogo é fundamental, mas pode correr mal se a identidade de quem dialoga não for sólida, afirmou Francisco, no Santuário de Haemi. "Se queremos comunicar de forma livre, franca e frutuosa com os outros, devemos ter bem claro aquilo que somos, aquilo que Deus fez por nós e aquilo que Ele exige de nós. E se a nossa comunicação não quer ser um monólogo, deve haver abertura de mente e coração para aceitar indivíduos e culturas", disse.

Três tentações

O papa alertou para as três tentações que o "espírito do mundo" introduz na identidade cristã. A primeira é o "deslumbramento enganador do relativismo", que ofusca a verdade, impelindo os cristãos para "as areias movediças da confusão e do desespero". "É uma tentação que, no mundo atual, atinge também as comunidades cristãs, levando as pessoas a esquecerem-se de que, 'subjacentes a todas as transformações, há muitas coisas que não mudam, cujo último fundamento é Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre'".

A segunda tentação, para Francisco, é a "superficialidade" e a tendência para os cristãos se entreterem com as "coisas de moda, quinquilharias e distrações, em vez de se dedicarem ao que realmente vale a pena". Essa "superficialidade", própria de uma "cultura que exalta o efêmero e oferece numerosos lugares de evasão e fuga", existe mesmo entre os pastores quando, por exemplo, se fascinam por "programas pastorais" e "teorias", em vez do "encontro direto e frutuoso com os fiéis, especialmente os jovens".

A "terceira tentação" é a "aparente segurança de se esconder atrás de respostas fáceis, frases feitas, leis e regulamentos". Para o papa, a fé "não se concentra em si mesma, mas tende a sair" ao encontro dos outros: "faz nascer o testemunho, gera a missão". Por isso, disse o papa aos bispos asiáticos, o autêntico diálogo implica simplicidade e deve ser sincero, honesto e sem presunção.

"Quando olhamos para o grande Continente Asiático, com a sua vasta extensão de terras, as suas antigas culturas e tradições, tomamos consciência de que, no plano de Deus, as vossas comunidades cristãs são verdadeiramente um 'pusillus grex', um pequeno rebanho, ao qual, porém, foi confiada a missão de levar a luz do Evangelho até aos confins da terra."
SIR