quinta-feira, 28 de março de 2013

Papa Francisco revigora população síria, diz arcebispo de Aleppo


Aleppo - O testemunho do papa Francisco tem dado nova força à população síria, martirizada por mais de dois anos de guerra. O arcebispo metropolitano da Igreja grego-melquita em Aleppo, Dom Jean-Clément Jeanbart, afirma à agência missionária AsiaNews que "com os seus discursos Francisco nos ajuda e nos indica o caminho para enfrentar o drama que estamos vivendo".
"Ele nos recorda que vivemos para Cristo e que devemos fazer de tudo para permanecermos próximos a Jesus, que é o único que pode salvar-nos", frisa. O arcebispo nos recorda que "em Aleppo, bem como no restante da Síria, bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis escreveram em seu coração esta mensagem e cada um busca realizá-la e difundi-la em suas dioceses, paróquias e famílias".
A decisão da fé é de tal modo incisiva que mais de 2 mil sírios, desafiando as bombas e o risco de atentados, participaram da missa do Domingo de Ramos celebrada na catedral grego-melquita da Virgem Maria em Aleppo. "A celebração foi comovente – conta o prelado –, a igreja estava lotada de fiéis provenientes de várias partes da arquidiocese, apesar do clima de guerra e violência que atingiu a nossa cidade."
Dom Jeanbart disse ter centralizado a sua pregação da missa do Domingo de Ramos justamente nas palavras do Papa: "Recordei aos fiéis que Cristo está conosco neste drama e não nos deixará, que virá a sua paz." Para o prelado, a violência, a guerra e o radicalismo islâmico não impediram que as pessoas tivessem esperança e convertessem o seu coração.
Na Síria, afirma, os muçulmanos não podem se converter ao cristianismo, se o fazem colocam em risco a própria vida. Todavia, dias atrás um homem me confessou querer tornar-se cristão e que gostaria de ser batizado. Trata-se de uma exceção em nossa comunidade, mas é um sinal forte do poder de Jesus e da mensagem cristã. Terceira cidade do mundo árabe por número de cristãos – em torno de 300 mil – após Beirute e o Cairo, Aleppo encontra-se em estado de assédio há quase oito meses.
Rebeldes islâmicos e exército dividiram bairros centrais e parte da periferia, utilizando as residências e edifícios como trincheiras. A aviação de Bashar al-Assad destruiu completamente o centro histórico, patrimônio da Unesco, obrigando milhares de pessoas à fuga. Recentemente, em Khan al-Assal, a poucos quilômetros da cidade, teriam sido lançadas armas químicas sobre a população.

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